Saturday, June 21, 2008

Escreva

Só escrevo coisas que eu escrevo,
Não por não querer divulgar o trabalho de outros,
Mas sim por que eu mesmo gosto de escrever,
O que eu mesmo escrevo.
E só eu vou sentir o que estará escrito,
Nas pequenas palavras que vivi.

Textos Grandes, Pequenos.

Textos grandes.
Esse é o medo de muitos,
Textos enormes são pra quem não sabe separar capítulos,
Ou histórias.
Ou pra quem é muito enrolador mesmo.
Uma das grandes diferenças entre o livro e o blog é essa,
No blog, por exemplo, um camarada chega no msn e diz:
"Bah tchê, postei um texto novo, muito tri, dá uma passada lá."
E tu vai na parceria, é claro.
Chega lá, aquela tela inteira de letras sacanas,
Pô, dá uma preguiça desgraçada ler.
E tu pensa "ele é meu camarada, vou dar uma chance."
E o texto até pode ser legal, e muitas vezes é,
Mas se torna cansativo.
Dói os olhos.
E tu tentando te concentrar (por que esse tipo de escrita exige muita concentração,
pois se tu bobear no meio do caminho, chega no final e não entende,
corre o risco de ter que ler tudo novamente. Ou seja, uma hipótese não cogitada.)
e o msn "bombando".
"Dá uma passada no meu fotolog", "Comenta lá!".
E tu tenta agradar todo mundo,
Mas muitas vezes não dá,
Não tem como.
Não há como ser legal com todo mundo.
Já no livro, não tem como o cara fugir,
E a gente se sente mais a vontade,
Não tem muita pressão.
A arte de saber envolver a pessoa em um texto é para poucos.
Portanto, cogite antes de escrever ou ler algum.
Vale a pena?
Bom, isso depende.
Tu mesmo sabe.
Geralmente quando eu entro em algum blog
Primeiro leio os textos curtos,
Pra depois,
Aí sim,
Ter noção se vale a pena
Trocar o orkut por algo que realmente me prenda.

Tuesday, June 17, 2008

dequejeito

-ô mãe, cadê minha camiseta dos ramones?
-tá pra lavar!
-putz, preciso dela pra ir pra escola! e agora?
-tô brincando. tá lavada já, tá ali...
-ah, que susto. sabe que sem ela...
-sim, eu sei. sem ela tu não fica "cool" e bláblá... tudo bem.
-ah, obrigado mãe. sabes que é importante entrar na turma dos roqueiros.
-bom, filho, se tu fica feliz, eu também fico. só cuida com essas amizades.
-ah, pode deixar, a galera lá é toda do bem.
-certo.
-ah, mãe, e aquela minha calça? conseguiu deixar rasgada no joelho?
-até consegui, apesar de não saber direito por que tem que se andar assim.
-ah... é aquilo.
-mas tu não é assim filho, por que tenta ficar se escondendo atrás dessas roupas?
-tu não entende mãe. já está velha, e ainda por cima tem 80 anos.
-mas e dai? acha que eu estou velha é? nunca se é velho o suficiente...
-...tá entendi. eu tô atrasado...
-pegou tua maçã?
-não. é... hum. na verdade meus amigos lá acham que é coisa de maricas.
-mas filho, tu adora maçã de manhã cedinho...
-eu sei mãe, mas lá não dá. bom, esquece isso.
-tudo bem, mas ajeita esse cabelo.
-não não. é assim que se usa.
-cada coisa de louco hein.
-não mãe, isso é atitude punk. mas tu nunca ouviu falar...
-claro que sim! mas eles eram bem mais machos que tu.
-ah, não me envergonhe assim.
-tudo bem, me desculpa.
-tá, me dá um abraço.
-tudo bem agora?
-sim, claro. bom, tenho que ir.
-ir pra onde?
-ora, pra escola...
-escola?
-é... estudar... mas o que te deu mãe?
-mãe?
-é. vai dizer que tu não é a minha mãe?
-não. meu nome é Henrique.
-Henrique?
Mas o que tu tá fazendo na minha casa então?
-casa? aqui não é tua casa,
-não?
-Não, aqui é uma sorveteria.
-Ah! E tem de creme?









*levemente plagiado do blog do moskito (www.dequejeito.com.br)
vale a pena conferir.

Friday, June 13, 2008

Mas Poderíamos Não Ser

-Posso te perguntar uma coisa?
-Claro...
-Tu não vai se irritar?
-Claro que não, pergunte.
-É que tu sempre se irrita...
-Mas eu não vou, pergunte.
-Olha, teu humor já mudou.
-Tá, pergunte. Vamos.
-Viu, tu já começa a se irritar...
-Eu não to irritado...
-Olha só, tá sim.
-Mas claro! Tu não pergunta!
-Ah! Viu!
-Caramba!
-Tá meu, te acalma!
-Tô calmo.
-Mesmo?
-Sim, não tá vendo?
-Tá, aparentemente. Mas ainda acho que tu ta irritado.
-PQP, para de falar isso, daqui a pouco vou me irritar mesmo!
-Não fale palavrões!
-AAAAAAh, pára! Desisto!
-Meu, tu é muito irritado!
-Sou, e dai? Tu que me deixa assim!
-Ah, viu! Eu tinha razão!
-Parabéns, conseguiu.
-Nós deveríamos ser diferentes um pouco.
-É, talvez. Mas poderíamos não ser nós.