Tão inconveniente quanto uma bergamota descascada
No meio da tarde, no trabalho.
Numa sala fechada.
Tão inconveniente quanto um peido trancado,
No elevador lotado
Sem ter pra onde fugir
Tão inconveniente quanto pensar que era só um peido
E ele te trair,
No meio da tarde,
No trabalho,
Numa sala fechada
No elevador lotado
Sem ter pra onde fugir.
Monday, October 06, 2008
Seja o Kevin!
-Mãe, eu quero ser uma Spice Girl.
-Mas como? Tá maluco?
-Não, mãe. Eu quero ser uma Spice Girl, só.
-Tu não pode!
-Oras, e por que não?
-Por que tu é um menino, oras!
-Mas e daí?
-E daí? Não me esculhambe assim.
-Mas mãe...
-Não filho, se quer fazer parte de uma boy band, seja o Kevin.
-Ué, por que ele?
-Todos gostavam do Kevin. O mais bonito, o mais talentoso. Mesmo que não fosse,
Todo mundo preferia o Kevin. Seja o Kevin filho.
-Mas mãe, eu tô cansado disso, todo mundo na escola ri de mim.
Dizem que eu me visto estranho. Essas roupas de guri, eu acho que sou menina.
-Tá maluco? Que besteira!
-Mãe, eu não tenho um tico.
-Hã... É mesmo?
-Não. Todo mundo ri de mim.
-Mas tu tem certeza que não tem?
-Tenho, digo, não tenho. Hã, quer dizer...Bom, sempre gostei mais de coisas de meninas,
E tu sempre me tratou como menino. E agora?
-Bom, meu, digo, minha filha...
O que tenho a te dizer é...
Ah, seja o Kevin, por favor!
-Mas como? Tá maluco?
-Não, mãe. Eu quero ser uma Spice Girl, só.
-Tu não pode!
-Oras, e por que não?
-Por que tu é um menino, oras!
-Mas e daí?
-E daí? Não me esculhambe assim.
-Mas mãe...
-Não filho, se quer fazer parte de uma boy band, seja o Kevin.
-Ué, por que ele?
-Todos gostavam do Kevin. O mais bonito, o mais talentoso. Mesmo que não fosse,
Todo mundo preferia o Kevin. Seja o Kevin filho.
-Mas mãe, eu tô cansado disso, todo mundo na escola ri de mim.
Dizem que eu me visto estranho. Essas roupas de guri, eu acho que sou menina.
-Tá maluco? Que besteira!
-Mãe, eu não tenho um tico.
-Hã... É mesmo?
-Não. Todo mundo ri de mim.
-Mas tu tem certeza que não tem?
-Tenho, digo, não tenho. Hã, quer dizer...Bom, sempre gostei mais de coisas de meninas,
E tu sempre me tratou como menino. E agora?
-Bom, meu, digo, minha filha...
O que tenho a te dizer é...
Ah, seja o Kevin, por favor!
Escritor do Amor
Ele era um jovem escritor,
De bilhetes de amor.
Nunca os entregava, porém.
Amava sem dizer, e escrevia pra desabafar.
Mas tinha medo de falar.
Era apaixonado por uma garota,
O namorado dela era um machão da escola.
Andava com seus amigos e batia em quem cruzasse seu caminho.
Típico machão de escola.
Como ele poderia ficar com a garota algum dia?
Pois bem,
Um dia esse tal machão chegou no nosso amigo escritor,
Magricelo, esquisito, ficou com medo.
O machão olhou feio e disse:
-Tu escreve né?
-Hã...Sim." Respondeu tremendo.
-Bom, preciso que tu me faça um favor. Sabe minha namorada?
-Acho que sei.
-Preciso que tu escreva uma carta de amor pra ela, no meu nome. Sabe, não sou bom com as palavras.
-Ah, claro. Tudo bem.
-Mas que fique boa hein! Quero impressionar ela.
-Ok, farei o melhor possível.
E saiu.
Uma tarefa muito fácil e simples.
Ele amava a garota, não podia ser melhor!
Embora ela nunca saberia que teria sido ele, mas enfim, o que importava?
Escreveu e entregou ao machão.
No outro dia, o tal cara veio lhe agradecer.
Havia dado certo,
Ela estava feliz,
Ele impressionou ela.
Passado uma semana, novamente o machão veio lhe pedir uma carta de amor.
E novamente o escritor escreveu.
E isso foi se repetindo toda semana.
O escritor cada vez mais apaixonado, e a garota também, pelo machão.
Mas, sempre existe um mas.
O machão começou a gostar do que estava escrito.
Cada vez mais apaixonado também.
E por ironia do destino,
Se viu encantado com as palavras do escritor.
Não entregava mais os bilhetes pra namorada.
Guardava-os pra si, feliz.
Tinha medo de contar ao escritor sua paixão.
E acabou tornando-se um leitor do amor.
O escritor achava que a garota estava recebendo suas palavras,
O machão começou a tentar acreditar que as palavras eram pra ele.
E a garota só esperava palavras,
Que nunca mais receberia,
De nenhuma das partes.
Todo machão de escola tem algo a esconder,
Um pijama de bolinhas,
Um docinho da mamãe na lancheira.
Um apelidinho carinhoso em casa.
E o nosso querido escritor do amor chegou onde queria chegar,
Palavras certeiras para um coração apaixonado.
De bilhetes de amor.
Nunca os entregava, porém.
Amava sem dizer, e escrevia pra desabafar.
Mas tinha medo de falar.
Era apaixonado por uma garota,
O namorado dela era um machão da escola.
Andava com seus amigos e batia em quem cruzasse seu caminho.
Típico machão de escola.
Como ele poderia ficar com a garota algum dia?
Pois bem,
Um dia esse tal machão chegou no nosso amigo escritor,
Magricelo, esquisito, ficou com medo.
O machão olhou feio e disse:
-Tu escreve né?
-Hã...Sim." Respondeu tremendo.
-Bom, preciso que tu me faça um favor. Sabe minha namorada?
-Acho que sei.
-Preciso que tu escreva uma carta de amor pra ela, no meu nome. Sabe, não sou bom com as palavras.
-Ah, claro. Tudo bem.
-Mas que fique boa hein! Quero impressionar ela.
-Ok, farei o melhor possível.
E saiu.
Uma tarefa muito fácil e simples.
Ele amava a garota, não podia ser melhor!
Embora ela nunca saberia que teria sido ele, mas enfim, o que importava?
Escreveu e entregou ao machão.
No outro dia, o tal cara veio lhe agradecer.
Havia dado certo,
Ela estava feliz,
Ele impressionou ela.
Passado uma semana, novamente o machão veio lhe pedir uma carta de amor.
E novamente o escritor escreveu.
E isso foi se repetindo toda semana.
O escritor cada vez mais apaixonado, e a garota também, pelo machão.
Mas, sempre existe um mas.
O machão começou a gostar do que estava escrito.
Cada vez mais apaixonado também.
E por ironia do destino,
Se viu encantado com as palavras do escritor.
Não entregava mais os bilhetes pra namorada.
Guardava-os pra si, feliz.
Tinha medo de contar ao escritor sua paixão.
E acabou tornando-se um leitor do amor.
O escritor achava que a garota estava recebendo suas palavras,
O machão começou a tentar acreditar que as palavras eram pra ele.
E a garota só esperava palavras,
Que nunca mais receberia,
De nenhuma das partes.
Todo machão de escola tem algo a esconder,
Um pijama de bolinhas,
Um docinho da mamãe na lancheira.
Um apelidinho carinhoso em casa.
E o nosso querido escritor do amor chegou onde queria chegar,
Palavras certeiras para um coração apaixonado.
Subscribe to:
Posts (Atom)