Eu tenho um amigo que não tem amigos,
E que apesar de tudo, nunca se sentiu só.
Seus pais nunca se conheceram, nunca se amaram, muito menos tiveram um contato físico.
Mas nem por isso se sentiu sem carinho.
Tinha seus amigos sempre
Mesmo que eles não existissem, na verdade.
Esse meu amigo, não tinha conhecimento de onde veio, mas sabia por onde ia.
Ouvi dizer que seu pai prestava muita atenção no que os outros diziam, ainda mais se tratando de ministros dos transportes.
Estava um dia esperando no aeroporto o vôo que o levaria no horário certo a uma reunião de negócios,
E o vôo atrasou.
Ouviu na TV uma pessoa importante dizer sobre o atraso: "relaxe e goze".
O pai desse meu amigo relaxou, e gozou.
Bem ali no banco que estava sentado, esperando a notícia de que seria demitido.
Uma moça que também esperava um vôo e por algum motivo desconhecido, não usava calcinha, sentou-se no mesmo banco, após ele ter saído pra comprar pipoca.
E por um motivo ainda mais desconhecido, e digamos assim, impossível, um espermatozóide sobreviveu, subiu, entrou, subiu mais um pouco
E entrou em contato com seu óvulo.
Ela era virgem, e estranhou quando veio a notícia: "tu tá grávida."
Se apavorou, chorou, não entendeu.
De quem? Quando? Onde? Como? Foi bom?
E se conformou, afinal era cristã.
Seus pais não entenderam, não se conformaram e mandaram ela embora de casa.
Mas nem por isso ela desistiu da criança.
Ela protegeu-o e prometeu cuidar dele pra sempre,
Quando esse meu amigo nasceu, a mãe dele morreu, não resistiu.
E ele se criou sozinho, eu acho.
Ele nunca me contou muito bem sua história, por que na verdade a gente nunca conversou.
Na verdade mesmo, eu nem conheço ele.
Na verdade verdadeiramente verídica, ele nem é meu amigo.
Só contei essa história por que acho que
As pessoas deveriam prestar mais atenção no que dizem.
Pra sempre é muito tempo.
Sunday, February 10, 2008
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